segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Capítulo 26 - A Temerosa Apresentação - Fanficiton "A New Life" ©


O medo e o pânico dos olhares curiosos, desonestos e desconfiados de toda a turma atingiam todos os meus pensamentos e corpo, que estava enregelado, não devido ao frio mas ao bater frenético do meu coração assustado. Não conseguia dizer uma só palavra, tinha petrificado, tentei abstrair-me e concentrar-me no que sabia sobre o sistema cardiorrespiratório…
Tentava lembrar-me das páginas dos livros, dos diapositivos que havíamos preparado, mas algo ou alguma coisa impediam o meu cérebro de funcionar em condições, os meus pensamentos haviam sido bloqueados pelos nervos que atingiam todo o meu corpo.
Um som estridente e repetitivo acordou-me do meu transe, de estado de petrificação em que permanecia; era o toque da campainha, a primeira aula já tinha terminado. Uma espécie de alívio atingiu o meu corpo, ao menos ia poder respirar fundo e esclarecer todas as minhas dúvidas com o Toby antes da temerosa apresentação…
Ainda tínhamos um longo dia de aulas até chegar à última aula, a aula de biologia em que tínhamos de mostrar a todos os nossos colegas aquilo que sabíamos sobre o tema do nosso grupo.
O Toby tentava acalmar-me, fazendo-me carícias no rosto e dizendo no seu tom de voz doce e meigo: vai correr tudo bem, confia em mim – Eu nele confiava era em mim que eu não estava completamente segura – tu sabes tudo sobre o sistema cardiorrespiratório, nós vamos conseguir – dizia ele com um dos seus mais cálidos sorrisos no rosto, Os seus olhos estavam cobertos de brilho, o chocolate destes já se havia derretido de novo, o seu olhar era quente, puro e límpido e era nisso que eu me tentava concentrar, pois só nele é que encontrava a minha paz, a minha alma, o meu coração, a minha calma, a minha segurança… tudo.
Agora o meu coração e os meus lábios concentravam-se apenas no anjo que estava à minha frente, permanecendo com a sua tranquilidade e doçura a envolver tudo ao seu redor…
Estávamos sentados no banco do átrio da escola que era coberto pela sombra de uma sakura caiada de branco, a neve havia pintado tudo com extremo cuidado, pormenor e beleza, o frio não me incomodava, para além de estar a usar roupas quentes e confortáveis tinha também o calor agradável que provinha do doce abraço do Toby.
Aproximei o meu rosto do dele e não hesitei em tocar os seus lábios que ainda permaneciam cálidos, foi um beijo longo, o seu ritmo era lento, enquanto eu redescobria cada lugar, cada recanto da sua boca quente e agradável. A sua língua acolhia a minha numa doce e meiga melodia…

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A hora já tinha chegado, nós já estávamos parados, quase sem respirar em à porta da sala de aula, todos nós esperávamos a professora de Biologia, cuja avaliação era sempre exigente e por vezes (ok quase sempre) influenciável por outros factores, mas também não vou falar sobre isso.
O meu coração estava de novo acelerado, uma barreira transpunha agora a minha garganta, fazendo com que a minha respiração se tornasse irregular e dificultada. Não me conseguia mover de novo, os meus pensamentos bloquearam, mas o toque suave da sua mão na minha foi o remédio certo para que eu saísse daquele estado.
Um som ecoava ao longo do corredor, todos nós ficámos em silêncio ouvindo com atenção o som de alguém a vir na nossa direcção, com uma andar e um ritmo calmo e compassado. Era o som dos sapatos de salto da nossa Professora, uma mulher elegante (na minha opinião, ela usava roupas demasiado justas e curtas…), o seu rosto não tinha nenhuma imperfeição, os seus lábios estavam pintados numa cor vermelho-vivo, uma cor berrante e extremamente apelativa; o seu andar poderia deixar qualquer caidinho de amores, o movimento ondulante dos seus quadris quando ela se movia poderia ser fatal para qualquer um… Mas eu não preocupava, pois sabia que o Toby tinha apenas olhos para mim e nunca iria ceder o seu coração a outro alguém, aliás ele nunca havia demonstrado qualquer tipo de interesse na professora Toshi (nome da Professora).
À medida que se aproximava, a rigidez e a fúria no seu olhar tornavam-se mais visíveis, o que me fez engolir em seco, ao mesmo tempo o meu coração parou por indeterminados segundos enquanto ela me examinava com o seu olhar cortante. Quando o olhar dela se dirigiu ao Toby tornou-se doce e brilhante e ela lançou-lhe um sorriso como se não fizesse ideia de que estava ali presente, a minha fúria e ciúmes desapareceram automaticamente depois do Toby desprezar por completo aquele olhar e aquele sorriso que lhe tinha sido lançado.
Vi a raiva a aumentar no olhar da professora e logo o meu coração respondeu com batimentos frenéticos e temerosos, lá se vai a minha nota a Biologia – pensei eu, aquele olhar tinha sido mortal, eu sufoquei apenas com a minha respiração.
Cada vez mais a adrenalina e o nervosismo me corroíam as minhas veias e impregnava todo o meu corpo.
Assim que entrámos na sala e nos sentámos nos nossos respectivos lugares, a senhora Toshi começou de imediato a fazer a chamada, ficando desde do princípio desconfiada com a inesperada ausência do Benji (eu só disse Benji porque a senhora Toshi só ficou preocupada com a ausência dele, logo a seguir ficou super desconfiada quando viu que a Patrícia também estava a faltar). O Toby e eu justificámos de imediato a falta do Benji e a da minha irmã, a professora pareceu ter achado que era uma justificação plausível e não marcou falta aos dois, mas continuava a fitar-me com o seu olhar mortífero, por cima da armação dos seus óculos.
- Muito bem, vamos começar com a apresentação dos trabalhos então… - ela executou uma pausa na frase olhando em redor, vasculhando tudo e todos com os seus olhos de lince semicerrados para depois dizer a conclusão a que havia chegado: Rita Silva e Toby Misaki, o vosso grupo primeiro.
Ela agitou o seu apontador dando ordem para nos levantarmos. Eu reagi quase instintivamente, pondo-me de pé assim que ela executou aquele movimento rápido e severo.
O Toby olhou para mim, no seu olhar estava um pouco de preocupação, um sorriso único e um brilho incandescente, eu sabia que ele conseguia perceber o que se passava comigo, sabia que ele conseguia sentir o bater frenético do meu coração. Ele sabia o quão nervosa eu estava, foi por isso que me lançou um dos seus mais belos sorriso, angelicais e doces… Tenho de admitir que fiquei mais calma.
Dirigimo-nos os dois para a frente dos nossos colegas.
A sala permanecia mergulhada numa penumbra intensa e um silêncio expectante e ensurdecedor que cobria os meus ouvidos, os meus olhos apenas vislumbravam os olhares curiosos e mortíferos de toda a turma.
O meu cérebro e o meu coração absorviam todos aqueles olhares cheios de espectativa, fazendo com que eu ficasse ainda mais nervosa do que estava. E se me enganasse? Trocasse alguma palavra ou letra? Todos se iriam rir da minha figura…
A luz do retroprojector que estava ligado ao computador embatia com certa intensidade no quadro branco que aguardava com bastante serenidade o nosso trabalho. Aquela luz difusa espalhava-se um pouco por toda a sala, deixando-a num certo tipo de beleza aconchegante.
A cada segundo que passava o meu coração aumentava o seu ritmo, a minha própria respiração sufocava-me, eu não conseguia controlar os meus movimentos, continuava a andar quase como se não tivesse destino. Os batimentos do meu coração abalavam todo o meu corpo, ecoando também na minha cabeça, profundamente; sentia o sangue a passar abruptamente nas veias, sem cessar. Nas minhas costas recaía o olhar cortante da professora, que nos fitava tentando decifrar algum segredo escondido, aquela sensação era horrível e extremamente esgotante… Mas eu não poderia ser tão egoísta ao ponto de abandonar o Toby naquele momento, tinha de ser forte e enfrentar toda a turma e a professora de cabeça erguida.
Estava plenamente consciente do que sabia tudo o que tinha de explicar aos meus colegas sobre o sistema cardiorrespiratório para ter uma boa nota na apresentação.
No meu cérebro tudo se começava a aglomerar em temas, subtemas, explicações e conclusões, tudo, sim eu estava pronta, mas os meus nervos impediam os meus lábios de se moverem e as minhas cordas vocais não produziam nenhum som, agora começava a preocupar-me.
Encarava-mos os nossos colegas com firmeza e com algum receio (da minha parte), o Toby continuava com um sorriso impresso no seu rosto de contornos delicados e perfeitos.
Sim, chegava o momento, a capa do nosso trabalho já havia aparecido no quadro que servia de ecrã gigante para que todos pudessem ver com clareza. O Toby começou por dizer os nossos nomes, o título do trabalho e de seguida fez uma breve introdução daquilo que ia-mos mostrar e explicar.
Ao todo o trabalho possui-a 15 diapositivos, eu e o Toby havia-mos decidido que iria-mos apresentar aquilo onde nós sentia-mos mais confortáveis ao explicar, por isso eu ia ficar com a “constituição do sangue, as funções dos componentes sanguíneos, a grande e a pequena circulação”; de qualquer forma tanto eu como ele possuía-mos a capacidade de nos conseguirmos de complementar um ao outro.
Tinha chegado a altura dos meus lábios e das minhas cordas vocais colaborarem comigo, mas isso não aconteceu em vez disso eu apenas tentava proferir as palavras que me apareciam na mente. A minha respiração ainda não estava normalizada e eu proferi as frases gaguejando, hesitando e por vezes trocando as letras; a minha voz estava trémula, sentia todo o meu corpo a estremecer.
Consegui denotar um sorriso perverso o rosto da professora, ficava feliz por eu estar a arruinar todo o trabalho. Com isso uma parte do meu medo abandonou-me e esse espaço foi ocupado por uma força súbita que me impulsionava a falar com confiança e destreza, sem impedimentos, eu dizia tudo e explicava até ínfimo pormenor aquilo que sabia e que queria partilhar com os meus colegas.
Não sei como o fiz nem como o havia conseguido, mas agora os meus pensamentos e palavras estavam completamente sincronizados e o meu discurso evoluía cada vez mais. Se calhar a vontade de mostrar o que sabia, a vontade de lutar pelo aquilo que me pertencia, lutar por aquele que possuía o meu coração, me tenham feito ganhar coragem e uma força imensa.
Ambos explicavam tudo o que nos era possível, sempre com bastante organização, poder verbal e sempre com um sorriso no rosto…
Estava-mos prestes a terminar eu conseguia denotar no olhar de todos os nossos restantes colegas a permanência do entusiasmo e da alegria de terem descoberto e apreendido novos conhecimentos… Foi fantástico.
No grande final fomos saudados com uma enorme salva de palmas, os sorrisos estavam estampados nos rostos dos nossos colegas; eu também sorria e recebia com todo o meu coração aqueles cálidos aplausos que me aconchegavam a alma e faziam com que um sorriso imenso se espelhasse no meu rosto.

Créditos: Rita Misaki
Escrito por: Rita Misaki
História Criada por: Rita Misaki e Patrícia Wakabayashi 

© Copyrights reservated to Ana Silva and Patrícia Brito

7 comentários:

  1. ta um maximo,escreves lindamente!!!!!!!!!!
    parece k a prof de biologia esta a arrastar a assa para o teu amor rita!!!mas era impossivel ele gostar de uma prof a caminho da velhice =D
    e acho k todos concordam comigo nao e pessoal????????????

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  2. Estava lindo!!Amei!!Aquela professora parece a antiga que eu tive este ano,felizmente(sem ofensa) ela fez lá qualquere coisa com a perna e teve que se retirar da escola,também,já era velha e berrava com todos!

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  3. Ai o visual do blog está lindo!!!Amei!!!O Oliver combina muito bem com este visual!!

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  4. ainda bem que gostaram^^ (P.S: eu tou a substituir a Ritinha por uns tempos, mas eu vou passando os capitulos para o PC na mesma, ela tinha-os escritos em folhas de papel^^)

    Beijinhos!

    Lutar até ao fim!

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  5. Está linda :D o visual: fantástico!!!

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  6. Coitada da Rita, aquela professora de Biologia queria deitar o olho no Toby xD
    Adorei a fanfiction e o visual do blog :)

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  7. Lindo! ^^ Adorei! :D Espero poder ler brevemente o capitulo 27! ^^ Boa sorte! :)

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