Hoje chegava a França a minha melhor amiga, a Andrea, ela tinha partido para o Japão há cerca de 3 anos, porque ela e o seu amor (Karl Heinz Schneider) tiveram uma discussão muito desagradável e por isso ela foi ver-me ao Japão onde poderia encontrar um ombro amigo e um coração pronto a ajudar, eu, a sua melhor amiga. Os desafios do amor são enormes, ainda mais quando os nossos corações pertencem a famosos jogadores de futebol, as centenas de fãs enfurecem-nos com tantos gritos de admiração. Depois da enorme discussão que os dois tiveram ela estava completamente inconsolável, por isso eu disse para ela vir ter comigo a França, mesmo depois da enorme ferida que ele lhe tinha causado ela ainda o amava com todas as forças.
Ouvi a campainha da porta e logo o meu coração palpitou, será que era ela? Estava cheia de saudades… Há imenso tempo que não a via, estava ansiosa para lhe contar tudo o que se passava e também para poder ajuda-la no que desse e viesse. Desci as escadas a uma velocidade fulminante, quase nem apoiando os pés na madeira da pequena escadaria, eu parecia voar em direcção à porta.
Quando cheguei ao hall de entrada todos ficaram a fitar-me com os olhos arregalados e curiosos, senti um afluído de sangue nas minha maçãs do rosto, os olhares estavam todos focados em mim e no que eu iria fazer a seguir… Abri a porta e à minha frente uma rapariga de olhos azuis celestiais, com enorme brilho formando vários arco-íris devido à luz abrasadora do Sol que estava a incidir sobre eles. Era uma rapariga alta e esbelta, o seu cabelo de um castanho claro e longo ainda realçava mais a sua beleza. Era Andrea! Ela tinha chegado! O meu coração desatou em batimentos ritmados e vorazes.
Não consegui conter os meus músculos e num movimento involuntário, eu abracei-a com toda a força. Não conseguia ocultar a minha alegria, mas uma coisa assustou-me, nos olhos dela ainda estava presente a mágoa e a tristeza que aquela ferida ainda aberta deixara no seu coração.
- Então como estás? Está tudo bem? – Perguntei eu fitando-a nos olhos, para conseguir perceber o que se passava na sua alma e no seu pensamento.
- Sim comigo está – disse ela com a voz um pouco fraca e frágil, ela podia nega-lo mas a sua voz não me conseguia ocultar nada e os seus olhos transmitiam exactamente o mesmo: pura dor – Então e tu? Como estás?— Perguntou tentando desviar a minha atenção, o que eu permiti, já que não a queria ver sofrer mais e tocar naquele assunto delicado ainda a ia sacrificar mais, era tão difícil para ela como para mim.
- Está tudo bem… - eu juro que tentei controlar-me mas não deu! Por isso a pergunta saiu dos meus lábios sem o mínimo consentimento da minha parte: Não estás bem pois não? – Boa, não haja dúvida, tinha acabado de estragar tudo…
Vi o seu rosto toldar-se numa expressão de sofrimento e o brilho dos seus olhos começava a ser mais intenso, não queria que ela chora-se, era muito duro para mim.
- Não, não estou bem… tenho imensas saudades – disse ela com dificuldade, tentando que a sua respiração não se alterasse, pois as dolorosas lágrimas estavam prestes a brotar dos seus olhos. Uma pequena lágrima desabrochou no seu rosto. Ela limpou-a rapidamente eliminando-a com a sua mão, para depois esboçar um leve sorriso, não permitindo assim que aquelas pequenas gotas escorressem pelo seu rosto.
- Já que estás em França, por que não vais falar com ele? – propus eu, vi que a ideia lhe causava algum desagrado, mas não era de todo indesejada, prossegui: Mas agora vou apresentar-te o resto do pessoal , já que conheces o meu irmão… - vi no seu rosto a aparecer de novo um sorriso e levei-a comigo para o interior da casa e não hesitei em fazer todas as apresentações, ainda pensei que me ia enganar nos nomes e trocar alguns deles, mas nada disso aconteceu, eu tinha memorizado todos eles, era quase como se já os conhecesse há muitos anos. Era incrível como eu me tinha afeiçoado tanto a todas aquelas pessoas, sempre com um sorriso impresso nos lábios.
Depois de ter feito todas as apresentações, reparei que ela já deveria estar cansada por isso levei-a para o meu quarto, e ela perguntou prontamente: Então e tu? Já te apaixonas-te?
Fiquei um pouco corada e o meu coração balançou assim que ela pronunciou aquelas palavras, não lhe podia esconder que o meu coração tinha encontrado finalmente o seu príncipe encantado.
- Não te vou mentir… Sim já.
Ela ficou super entusiasmada, enviando todos os seus problemas para trás das costas e centrando todas as suas atenções em mim.
- Yes! E por quem? Posso saber? – Perguntou ela não conseguindo esconder a sua curiosidade.
- É da equipa Francesa, ele é o capitão… chama-se Pierre Gerard – respondi eu sem hesitar, sabia que podia confiar nela.
- Vais-me apresentá-lo não vais? – os seus olhos estavam cobertos pela alegria, quase que não havia rasto da tristeza que eu havia vislumbrando anteriormente.
- Claro que o apresento, ele vem cá mais logo – respondi eu, não desapontando a minha melhor amiga e deixando-a com um sorriso ainda maior no rosto.
Vi o seu rosto ser trespassado por uma corrente eléctrica súbita e percebi de imediato que ela tinha pensado em algo genial como sempre.
- Olha eu vi na TV que o Japão tinha ganho o jogo contra a França (sei que pode ser um pouco hipócrita para o Pierre), mas e que tal se fizéssemos uma festa na casa do Benji)? Achas que o Guarda-Redes maravilha se ia importar? – Perguntou ela desfazendo todas as minhas dúvidas, era realmente genial e eu notei os parêntesis na sua voz quando se referiu ao Pierre.
- Claro que o Benji não se importa… - disse eu com toda a certeza, o Benji poderia parecer muito exigente, rígido e perfeccionista, mas era um rapaz simpático e amigo.
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Assim que o Pierre chegou eu apressei-me a apresenta-lo à Andrea.
Não fazia ideia do que ela iria fazer a seguir, mas senti um aperto no coração, ela chamou toda a gente, eu sabia que ela queria transmitir alguma coisa a todos.
- Pessoal, eu tive uma ideia e a Daniela concordou – disse ela olhando para mim quando pronunciou o meu nome, prosseguiu: Já que o Japão ganhou, podíamos fazer uma festa? O que acham? – Os seus olhos estavam arregalados À espera por uma resposta. Todos concordaram.
- Excelente ideia Andrea – disse o Oliver que estava com a Sanae nos seus braços e com um sorriso resplandecente, o amor estava a fazer imenso bem ao meu irmão e isso fazia-me feliz.
- Pierre, a festa é para celebrar a vitória do Japão, mas mesmo assim tu e os teus companheiros de equipa estão convidados – acrescentou ela sem a minha autorização, ela não podia fazer isso, eu já lhe tinha dito…
Dei-lhe uma pequena cotovelada e disse sussurrando: não Andrea, eu já te expliquei porquê…
Mesmo tentando esconder a mensagem que havia transmitido à Andrea os ouvidos do Bruce conseguiram detectá-la e logo ele disse: Daniela, tu não queres cá o Pierre por que estás apaixonada por ele não é? – ora esta apanhou-me completamente desprevenida, mas ele tinha acertado em cheio na mosca. Como é que eu ia olhar para os olhos do Pierre depois disto?
Tentei desviar disfarçadamente o rosto para ver como é que os seus olhos estavam, pareciam ansiosos por uma resposta. O que é que eu iria fazer? Confessar? Não, dizer a verdade!
- Eu não sei – a verdade era que eu estava demasiado confusa e ainda não sabia se o que sentia por ele era amor ou apenas atracção.
Os seus olhos azuis turquesa claros deixavam-me louca, eu não conseguia resistir, mas tinha de me controlar e foi isso que fiz, não me perguntem como…